domingo, 16 de dezembro de 2012


Nos desmandos figurados da tolice,
sua fortuna.
Imperativo reinante de uma contusão vivente.
Na inflexível justaposição,
emaranhados reconhecimentos.
Agressão que dói muito e não deixa marcas.
Enquanto aquelas descaradas e embrutecidas,
providas de substâncias repulsantes,
encostam profundamente na tendência imprudente,
de impelir a escravidão,
e aos clarões de solda das noções emburrecidas.

 

domingo, 2 de dezembro de 2012


Quanto mais se busca, foges impetuoso.
A vida é um horizonte debruçado.
Sobre as montanhas,
planícies,
um   pôr –do –sol,
as vezes ousado.
Insaciável o tempo mastiga
na cor vermelha insípida
acontecimentos alegres,
tristes,
istmos de uma vida percorrida previamente.
Tempo que não volta mais,
 enquanto borra acumulado o destino de ainda existir.

sábado, 24 de novembro de 2012


A rocha dissolve,
no interior da caverna,
frágeis dentes pontiagudos.
Os pecados estacionados nos cintos de castidade,
nos peitos nus ejaculados.
Inocentes,
culpados ,
inquisidores e seus espectros.
O flagelo do pecado é faze-lo presente em autodenominação enganosa.
Apropriado,
o engano arria as costas pela culpa.
Liberta essa teimosa mordida perene.
Pecar pode ser diversão, excesso ou nitidez.
Peca-se :
formalmente,
informalmente,
eticamente,
intencionalmente
e automaticamente.
Qualquer problema,
pagos serão os pecados noutra encarnação.
Se voltar,
óbvio pelos pecados há punição
Se não voltar,
sepultados secretamente,
a absolvição.

domingo, 18 de novembro de 2012


Num caminho escuro e silencioso,
observar é necessário
A luz frágil de uma estrela longíngua,
atravessa o espaço infinito.
Esbarra irreconhecível na figura retorcida da árvore seca.
Penso na intimidade das coisas.
Luz símbolo,
viaja em conduta póstuma pelo universo.
O imperativo da vida ressecado e fúnebre.
Falecido astro brilhante e vivo vegetal adormecido.
Morte e vida,
são dois pontos de uma mesma jornada.
Independente se o caminho for de possíveis enganos e aparências.

 

domingo, 11 de novembro de 2012


No sótão antigo das disformidades,
vejo o mundo com o umbigo.
Nas barrigas prenhas de um futuro desprovido,
oráculo insolente projeta frase estranha.

O bravio mar interno das circunstâncias!

Desencadeou sensações !

Destemido,
por estar perdido,
entre pilares de amarelos sóis irreais.

Correu,
projetou- se,
num desalinho pensante,
uma realidade abjeta.

Conjugou
nas  vigorosas batidas momentâneas,
enigmático vendaval,
onde imensos albatrozes voavam furiosos.

Reagiu adormecido,
em baú refinado,
primaveras vivas de decepção.

Cansado,
adormeceu esquecido,
onde  árvores convulsivas,
perdem suas flores virginais.

terça-feira, 30 de outubro de 2012


Numa questão de oportunidade, sorrio.
Para a tristeza, para o erro, para mim em reflexo.
De cactos, rosas e verdes olhares estelares,
a sangria combinada desaba em imensos rumores.
Sorrio para tudo: história ou ficção.
Meu sorriso,
túmulo desatinado do disfarce.
Seu sorriso,
uma sisterna transbordante de respostas.
Nesse momento,
apenas,
nesse momento........

Em outro momento,choro.
Para a alegria, para o acerto, para mim em desabafo.
Piso no jardim de gerânios e lírios vultos.
Entusiasmado,
passo adiante meu descarte.
Inchado da furtiva procura decadente.
Meu choro,
mecânica expressão do exílio.
Seu choro,
polaridade umectante da continuidade.
Nesse momento,
sempre,
nesse momento.......

Combate onde tendência e necessidade,
ambíguas e amigas,
me distorcem em fusão.
Nesse diálogo o outro seria o outro,
se não fosse eu mesmo.

 

domingo, 21 de outubro de 2012


Explosão matricial de um manicômio físico,
Seus ventiladores espirais,
dispersaram energia,
abasteceram geradores cósmicos,
dobraram telhas metafísicas.

Na ponta do cigarrro,
o universo foi tragado  pelo nada conhecido.
Suposto conhecimento foi sugerido,
plena  fumaça cientifica em combustão teórica e pragmática.

Replicado na cabeça flamejante de um herege,
maquinou-se conjecturas na diáspora da matéria.
citado em raios brilhantes,
fugiu  da escolástica,
ornamentado com colar de pedras sepulcrais .

Surpresa,
cansaço,
incompreensíveis lágrimas laboratoriais.
Desconstruí-lo,
um caminho livre,
direcionado à prisões desguarnecidas.

 

sábado, 13 de outubro de 2012


Na borda escorregadia de precipícios lunares,
agarro as pernas de um general alado.
Neurônios fotográficos me orientam.
Conto os momentos inaudíveis de um passado ensebado.
Experimento novas teorias.
Estabeleço metas espaciais.
Durmo ao sabor de tempestades fictícias.
Relaxo aos beijos sólidos do cinema.
Enfraqueço ao convite do amor despido.
Torro as expectativas em forno pensante.
Vou vivendo a missão de viver incompreendido,
sem jeito, aturdido, desiludido voluntariamente,
mas, sem o pecado da inanição

domingo, 7 de outubro de 2012


Fortes ventos,
uma estrutura de vergalhões retorcidos.

Na bruta turbulência,
tenho tornado revolto a direção do destino.

Ausências involuntárias,
resoluções cegas,
transpassadas em meio ao sopro cortante.

Sobra-se a honra de caminhar ofuscado pelas próprias ações.
De pensar confusamente a sinceridade equivocada.
Traduzir momentos em finas folhas de papel esvoaçante.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012


PASSEIO

De uma esquina a outra,
olhares circulantes penetrados no vazio.
Um bêbado caído à sarjeta,
bile vomitada, encharca seu corpo,
Sinônimo de cirrose, pouco tempo de vida ?
Informalidade!
Vendedor ambulante,
decibéis reverberantes,
sua voz intempestiva,
atiça o consumo alheio.
Vislumbrado pelo fetiche da mercadoria barata, compra-se.
Na esquina a vendedora-mercadoria espera,
o desejo do cliente voraz.
Placas de propaganda humanas,
mas parecem dominós,
infantaria dos desempregados.
No cruzamento beijo elástico, metálico, humano dirigido.
O calor sufocante da respiração asfáltica.
O rosto pálido do mendigo faminto e sua mão aberta em piedade.
A construção do prédio não para......
Para sim!
Com o desfile da morena rebolante.
As sombras se misturam, as pessoas parcialmente.
Comunicáveis pelo ruído ensurdecedor do cotidiano,
fala-se cada vez mais alto e menos se escuta.
O atrito do acaso provoca discussões, brigas e possíveis mortes.
Andando descalço sobre quentes placas de concreto,
sinto as farpas afiadas da sociabilidade urbana moderna.

 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012


Olho nós e vejo um céu de nuvens coloridas.
Futilmente sopradas em direções opostas.
Esparsas,
desfiguram a construção do belo.
Não há como uni-las sem o elo da irrelevância.
Elo, este, presente , unilateral e sintomático.
As diferenças extrapolam o simples fechar dos olhos.
Doação e egoísmo,
excesso e abstenção,
beleza e fealdade,
autenticidade e plágio.
Para seres difusos, o amor não é a chave do encanto.
Se torna curto e as perguntas infindáveis.
Potencialidade dentro de uma definição incerta,
admito, existe.
Basta medir em mim o tanto de espaço que o vazio preenche.

 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012


Na direção contrária passos apertados.
Gigantes,
eles se desdobram em fúria.
Os pés castigados constatam o afastamento.
Forças revigoradas na distância que nunca cessa.
Andar para longe carregado de inquietações,
produzidas por uma digestão que começa pelos olhos,
estende-se muitas vezes pelo ouvido.  
Não é um desafio é uma necessidade.
Caminha-se em explosão
Num meio fio qualquer,
um altar improvisado.
Humano,
senta e beija seus pés em louvor.
Anuncia uma nova caminhada
Abastece-se com a esperança de alcançar,
aquilo que provavelmente nunca será alcançado.

domingo, 26 de agosto de 2012


As mãos espalmadas em pranto.
Pranto de uma terra que dele escapa,
uma batalha perdida por muitos.

As mãos erguidas em pranto,
da compaixão esquecida,
a terra o homem cobre.

As mãos estendidas em pranto,
pro amigo imaginário,
do amigo verdadeiro,
 a morte condensada.

As mãos tecidas e desterradas.
Serradas em punho.
Movimentos certeiros,
de  ligeiros homens livres em luta.

As mãos pregadas no rosto,
enxugam o suor e as lágrimas
do faminto trabalhador.

As mãos fechadas em bloco,
comprimem a bela moldura da esperança.

 As mãos dispersas em aceno,
contagiam tristes a incerteza da volta.

domingo, 12 de agosto de 2012


Beije minha boca,
com a mesma intensidade que me xinga.

Essa fúria ainda não contida,
empata nosso instante sem consenso.

 Beije em contrato alterado,
essa falida boca de língua circense.

As bocas coladas menos se ofendem,
soltas, enfática absorção verbal.

 Beije,desejando minha morte,
mesmo que deste beijo escorra apenas nossa angústia.

Não grite, beije.
Nem pense no depois


domingo, 5 de agosto de 2012


A vida despida por encontros desmontáveis,
faz o joalheiro não lapidar o diamante substituto.
Uma jóia deficiente.
A vaidade de quem usa é maior que sua imperfeição.
Em dedos magros de juntas salientes, ela brilha manca.
Estranhamente com outra mão se choca.
Impelida a jóia se apresenta perfeita e risonha.
Cai mais uma pedra na solidão do objeto,
a mão desesperada procura nova pedra caída.