quarta-feira, 25 de julho de 2012


No espelho lacustre cacos de nuvens em expressão.
Expressão de um Narciso que não se sente mais belo.
Refinada a cor de um céu entorpecido,
imóvel,
a perfeição fatal do belo,
alheio e admirável,
atinge como vilão a estrutura invejável de sua beleza.

Insultado pela surpresa de seu próprio esclarecimento,
mergulhou em escuras águas profundas.
Isolou-se,
com o temor de estar apaixonado,
pela força do encanto sofrido,
da vergonha
e  da modéstia do reconhecimento.


quarta-feira, 18 de julho de 2012


Horas difíceis,
poucas saídas postuladas.
 Vou cumprindo.

Descuidado,
acendo o lampião das idéias falsas,

saboto o corpo nú da ingenuidade feliz.

 liquefaço o sabor do tempo,
no breve suspiro dos amantes afobados,

ironizo o espaço vago,

desencaminho a vontade,
num encontro de prazeres.

Deixo quase tudo a mercê do real.

O resto, ..........
Basta pedir licença ao que foi apenas imaginado.

quarta-feira, 11 de julho de 2012


Num homem o disfarce do poeta lhe caia bem .
Embora escoltado pelo imperfeito,
cultivava flores de cimento num jardim de esperanças descabidas.

Seus desacertos,
eram ressacas implacáveis,
no contorno acidentado de  seus ombros.

Suas motivações,
ilusórias ou concretas,
são correntes que o carregam para  longínquo espaço.


Seus caminhos,
desnudos de hastes confusas,
configuravam –se em despóticos  movimentos inúteis.


A figura do cosmos,
composta na espiral de suas pupilas dilatadas,
e o  breve cumprimento da vida em ode aos deuses desconhecidos.

quarta-feira, 4 de julho de 2012


Dúvida e seu interminável duelo com a vontade.
Acanhada pela racionalidade limitadora, à vontade sucumbi.
Os menos ousados cessam suas motivações.
Intimidado,
possível amante não cumpre seus desejos.
O devir,
aparece parcialmente,
como um sol órfão.
Trajetória descendente,
mutilada das expectativas.
Falso anteparo e a constante privação das possibilidades.