quinta-feira, 26 de abril de 2012


O homem tecnológico, sólido  e embrutecido.
Embora misto escravo e criador,
não desvencilhou-se da máquina.
Apêndice incondicional de suas tarefas.
Desenvolveu toda sua ousadia funcional.
Maquiou-se com a triste pintura da ciência excludente.
Seus propósitos se esvaeceram no domínio das concretizações.
Em rascunho encravou-se na descoberta,
da perfeita forma de representar e utilidade em coagir.
Enquanto suas células subterrâneas e oxidadas
programavam seu fim.




quarta-feira, 18 de abril de 2012




 Não conseguir  demonstrar o óbvio  em provas  autônomas,


é como exigir da bailarina infantil, explicação de uma teoria complexa.


 Incômodo fracasso, feriu o sobrenome impedindo a permuta.


 Removeu certas iniciativas constantes desdobradas num convite.


Desabou a face atribulada em sorrisos ineficazes.


Decompôs a vida numa  tola somatória de experimentos.

terça-feira, 3 de abril de 2012

 
O HOMEM MENDIGO

O mundo mais parece um submundo.
Enfeitado pela pobreza e a miséria,
 homens andam nus.


Metástase capitalista difusa.
Seu peso insuportável, amasssa a carne,
nas vigas concretas da desigualdade.

Olhares carniceiros de hienas humanas.
Sobre um corpo maltrapilho no chão,
escorre fétida enxurrada materialista.



domingo, 1 de abril de 2012

Precipitação



Num desprendimento momentâneo de auto-defesa.
Drena-se do mundo a água pantanosa do desespero.
A escolha condicionada subjuga a consciência.
Espasmos corporais, ossos quebrados, prece anunciada.
Embaixo do viaduto, assustada, a multidão se concentra.