quinta-feira, 27 de setembro de 2012


PASSEIO

De uma esquina a outra,
olhares circulantes penetrados no vazio.
Um bêbado caído à sarjeta,
bile vomitada, encharca seu corpo,
Sinônimo de cirrose, pouco tempo de vida ?
Informalidade!
Vendedor ambulante,
decibéis reverberantes,
sua voz intempestiva,
atiça o consumo alheio.
Vislumbrado pelo fetiche da mercadoria barata, compra-se.
Na esquina a vendedora-mercadoria espera,
o desejo do cliente voraz.
Placas de propaganda humanas,
mas parecem dominós,
infantaria dos desempregados.
No cruzamento beijo elástico, metálico, humano dirigido.
O calor sufocante da respiração asfáltica.
O rosto pálido do mendigo faminto e sua mão aberta em piedade.
A construção do prédio não para......
Para sim!
Com o desfile da morena rebolante.
As sombras se misturam, as pessoas parcialmente.
Comunicáveis pelo ruído ensurdecedor do cotidiano,
fala-se cada vez mais alto e menos se escuta.
O atrito do acaso provoca discussões, brigas e possíveis mortes.
Andando descalço sobre quentes placas de concreto,
sinto as farpas afiadas da sociabilidade urbana moderna.

 

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